quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O hormônio protetor da saúde masculina

A testosterona é um hormônio de predominância masculina – as taxas no homem são em torno de 10 vezes maiores do que nas mulheres. Durante muito tempo este hormônio esteve relacionado unicamente à função sexual masculina.

Sua reposição no organismo foi ao longo dos anos  mistificada  e associada ao câncer de próstata. No entanto, a incidência dessa patologia é duas a três vezes maiores naqueles que possuem um baixo índice desse hormônio. Sua importância no homem vai além do que afirmava alguns estudiosos.
O câncer de próstata foi associado à baixa da testosterona

Hoje já existem trabalhos que relacionam a andropausa (queda dos níveis hormonais no homem) a doenças metabólicas, como diabetes, hipertensão e aumento de gordura visceral. A testosterona é também a grande protetora da saúde cardíaca masculina.

E existem indícios de que normalmente os homens começam a ficar susceptíveis às doenças cardiovasculares quando seus níveis séricos já estão insuficientes. Isso ocorre porque o coração e o cérebro são os órgãos do corpo com maior número de receptores para esse hormônio e o para o GH (hormônio relacionado à juventude).

Minuzzi

O especialista brasileiro em endocrinologia  Antonio Carlos  Minuzzi é pioneiro na terapia de reposição hormonal no Brasil. Atualmente ele passa boa parte do tempo nos Estados Unidos (California) onde participa de pesquisas relacionadas a essa questão (reposição hormonal).

Minuzzi vem realizando estudo interessante, com bons resultados, a respeito da suplementação desses dois hormônios em homens que sofreram enfarto cardíaco e acidente vascular cerebral (derrame) para diminuir a área de lesão e as limitações secundárias ao evento.

 Sinais

Os sinais de insuficiência nos níveis deste hormônio são: diminuição de massa muscular e substituição por tecido gorduroso, conhecida como sarcopenia – situação em que o corpo adquire característica de idoso, com flacidez, postura dos ombros curvada e problemas de coluna.
A insuficiência desse hormônio provoca redução da massa muscular

Outros sinais são a baixa autoestima, depressão, redução da capacidade de concentração e de realizar projetos, irritabilidade, flutuação de humor, diminuição das ereções espontâneas (como a matinal), diminuição da libido e do vigor das ereções, redução dos pelos corporais, aumento da gordura visceral, entre outros.

Em minha opinião, a depressão não é uma doença própria do sexo masculino. Na maioria das vezes em que ela ocorre, se pesquisarmos, veremos que está relacionada à baixa deste hormônio.  Lógico que existem diversos outros desequilíbrios que contribuem para esse problema.

Obesidade

A obesidade, principalmente a gordura visceral, é a grande “ladra” de testosterona. Estes diminuem as taxas do hormônio circulante por diversos mecanismos. Ao mesmo tempo, a baixa de testosterona gera maior potencial de obesidade, de acumulo de gordura abdominal e doenças metabólicas, gerando assim um circulo vicioso muito prejudicial, um alimentando o outro.
Gordura visceral é a mais prejudicial

Algumas substâncias ingeridas também podem minar a saúde hormonal, a exemplo do cigarro, uso frequente de bebidas alcoólicas e de cannabis, substâncias derivadas do petróleo e a soja não fermentada.

Os açúcares de alta absorção, presentes na maioria dos produtos industrializados, como por exemplo, refrigerantes, sucos de caixinha e biscoitos são os grandes vilões para o aumento da gordura visceral, tornando as taxas deste hormônio insuficiente e minando o vigor  masculino.

Uma alimentação balanceada, natural, livre de conservantes, agrotóxicos, associado a uma atividade física regular e hábitos sociais saudáveis são a base para uma boa saúde hormonal. Para ser saudável não existem atalhos, é preciso cultivar hábitos sadios e usar a ciência apenas para equilibrar o que não pode ser alterado pela imposição do meio.

Hábitos saudáveis

Não existe uma pílula milagrosa e não existe mudança verdadeira sem uma real transformação de hábitos e costumes inadequados, passados de geração em geração. Pois muito mais determinantes  que a herança genética nas doenças crônicas, são os hábitos de vida errados, sejam herdados ou adquiridos.

Nem tudo que parece bom, é realmente bom, e você só pode saber se de fato não gosta de algo depois de experimentar diversas vezes, pois existe um condicionamento nos gostos.

Já vi pacientes que não tinham a menor tolerância em relação à academia de ginástica,  não admitiam sequer conhecer uma delas e hoje são frequentadores assíduos desses espaços. Cultivem e insistam nos hábitos saudáveis, pois para uma vida plena é indispensável à boa  saúde do corpo, da mente e do espírito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado!