O câncer, para a maioria dos especialistas e das pessoas leigas, é considerado um inimigo que deve ser tratado como tal. Combater o câncer. Vencer o câncer. Essas são as frases mais usuais que ouvimos no cotidiano.
No entanto, essa é uma visão militar que muitos pensam ser a ideal, mas que não conduz para a prevenção ou cura da doença, podendo até ser prejucial psicologicamente à pessoa cujo organismo encontra-se debilitado.
Ao rotular o câncer como um inimigo que deve ser combatido, comportamentos preventivos que envolvem limitações e restrições, como ingerir menos carne vermelha e não fumar, podem não ser levadas em consideração pelo paciente devido à luta que envolve o autocontrole.
Pesquisa
Especialistas estudaram a reação de grupos submetidos a uma visão de combate ao câncer e outros em que essa metáfora não utilizada No levantamento realizado,pesquisadores solicitaram aos voluntários saudáveis que listassem comportamentos que estariam dispostos a adotarem com o objetivo de prevenir o câncer.Eles foram casualmente expostos à linguagem combativa do câncer, tendo que responder a pergunta: o que você faria para lutar contra o desenvolvimento de câncer?
Já para o outro grupo, os pesquisadores adotaram perguntas mais leves do tipo: quais as medidas que você adotaria para reduzir o risco de desenvolver câncer? O grupo exposto à metáfora de combate/ de guerra apresentou menor autocontrole em relação aos itens listados por eles para prevenção à patologia.
Em outro estudo, os voluntários leram sobre o câncer colorretal e em seguida alguns foram expostos a metáfora de combate e outros não. Os que foram expostos as ações de guerra, apresentaram a doença como a “ revolta de uma célula inimiga em crescimento”. Já o outro grupo descreveu a doença como algo que envolve “o crescimento celular anormal”.
Os voluntários submetidos à metáfora de guerra apresentaram menos intenção em adotar regras restritivas para prevenção ou combate à doença, mostrando que as palavras de combate desencorajam as pessoas em relação as diretrizes pré-estabelecidas..
Batalha perdida
Batalha perdida
Aqueles que morreram por causa dessa doença são frequentemente lembrados como tendo “perdido a batalha contra o câncer”, alimentando uma suposição de que eles não lutaram o suficiente.
Na verdade, as pessoas com câncer necessitam de conforto e carinho e não de uma batalha, pois não estão em uma guerra.
Pacientes que expressam a mentalidade de que o câncer é uma batalha a ser travada podem ser mais
propensos a eleger tratamentos mais agressivos, a exemplo da quimioterapia, que contribuem pouco para prolongar a vida, mas tira a qualidade de vida que poderia ter junto aos amigos e familiares.
O tratamento é fundamental, mas viver em família, buscar um pouco de conforto, com palavras de carinho também é essencial.
A linguagem de guerra é tão forte que persiste até depois que a doença foi debelada ou está em remissão no paciente. Eles são considerados sobreviventes, termo usado para descrever as vítimas de guerras.
A palavra batalha deve ser substituída pelo conforto da família e dos amigos |
O tratamento é fundamental, mas viver em família, buscar um pouco de conforto, com palavras de carinho também é essencial.
A linguagem de guerra é tão forte que persiste até depois que a doença foi debelada ou está em remissão no paciente. Eles são considerados sobreviventes, termo usado para descrever as vítimas de guerras.
Pesquisas realizadas nos estados de Boston, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá, mostraram que aceitar cuidados paliativos logo no início da doença resulta em melhor qualidade e mais tempo de vida em pacientes com câncer de pulmão ou em outras patologias desse tipo.
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