Certamente você que é atleta ou pratica atividade física com o intuito de ganhar massa muscular conhece os aminoácidos de cadeia ramificada (BCCAs) considerados essenciais - a leucina, isoleucina e valina. Porém, muitos têm dúvida em relação às proporções ideais dos BCCAs para consumo, uma vez que os suplementos das diversas marcas disponibilizadas no mercado têm também em sua composição porções diferentes desses três aminoácidos.
A leucina é a sinalizadora do m-TOR (mamalian traget of rapamicin), que é o ativador da síntese de proteína pela célula, ou seja, é através do estímulo à m-TOR que ocorre a síntese muscular (anabolismo).
Por esse motivo algumas pessoas ingerem uma porção maior de leucina em relação aos demais BCCAs na ilusão de que esse aminoácido induzirá a um ganho maior de massa muscular. Mas não é bem assim.
Numerosos estudos sugerem que a suplementação com BCAAs antes do exercício promove a resistência muscular. Outro ponto importante é que os BCAAs ajudam a reduzir a fadiga durante os treinos, e isso está diretamente relacionado ao papel que a valina desempenha no corpo.
Isto acontece porque durante o exercício, o triptófano (aminoácido que ajuda a sintetizar a serotonina) é retomado pelo cérebro em grandes quantidades. O triptofano é convertido no cérebro em 5-hidroxitriptamina (5-HTP), precursor do neurotransmissor serotonina.
Com níveis mais elevados de serotonina durante o exercício, o cérebro sinaliza que o corpo está cansado, levando a uma redução na força muscular e resistência. A valina age reduzindo o cansaço físico.
Entenda melhor: quando você toma a valina antes e / ou durante os treinos, menos triptófano chega ao cérebro para ser convertido em serotonina. Esse processo permite que seus músculos contraiam com mais força por um longo tempo antes de ficar cansado. Valina também pode ajudá-lo a ficar "alerta" e manter o seu cérebro mais “aceso” durante o dia.
A isoleucina também é a grande facilitadora da resposta insulínica. É a através desse hormônio (insulina) que o açúcar, glicose, entra na célula, carreando consigo os aminoácidos, como por exemplo, a leucina. Ou seja, com a isoleucina mais leucina
vai chegar ao receptor e cumprir então seu objetivo, construir músculo.
Para comprovar que exceder no consumo de leucina em relação aos outros BCAAs é um erro, apresento o resultado do estudo realizado pela Universidade de Baylor, no Texas, EUA.
O trabalho foi desenvolvido em um grupo de homens jovens. Eles tomaram suplemento de BCAA na proporção 2:1:1 (leucina: isoleucina: valina) ou um placebo (substância sem propriedade farmacológica) antes e depois do treino de perna.
Os pesquisadores constataram que, enquanto a leucina aumentou a síntese proteica múscular após o treino melhor do que o placebo fez, os BCAAs aumentaram a síntese protéica ainda melhor do que a leucina e o placebo. Essa é uma das razões para colocar abaixo a porcão 2: 1: 1 (ou algo próximo a ele) quando da suplementação com BCAAs.
Optando por marcas com proporções próximas disso não só estaremos tendo performance superior, como estaremos poupando dinheiro. Aminoácidos com maior concentração de leucina, como algumas marcas que chegam a 8:1:1 ou mesmo 10:1:1, são sempre mais caros, então poupe seu dinheiro para gastar com algo que realmente te dê retorno.